Resumo
Este artigo se propõe a ser um breve esclarecimento sobre a questão da Maquinação (Machenshaft) com a qual Heidegger trabalhou em seus textos posteriores a Ser e Tempo. Este é um problema que, segundo o filósofo, é decorrente da estrutura metafísica do pensamento ocidental, isto é, do pressuposto do Ser enquanto entidade do ente. Para Heiddeger, a Filosofia enquanto Metafísica vem, historicamente, desde a Modernidade, pensando o Ser como produto (fabrico) de uma consciência representativa: o homem enquanto o Sujeito Moderno representa o Todo do ente enquanto objeto para servir a esta consciência. Este poder imposto pelo Homem sobre si, sobre a Natureza, sobre as coisas, sobre o conhecimento; enfim, sobre o Todo, tem como meio de sua consolidação a Maquinação planetária. Enquanto fundamento invisível deste pensar moderno e contemporâneo, a Maquinação nos arrebata nos tornando reféns de nós próprios.
Referências
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Heidegger, M. (2000), Nietzsche: Metafísica e Niilismo (trad. Marco Antonio Casanova). Rio de Janeiro-RJ, Ed. Relume Dumará.
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